Com este título, pretendo deixar uma narração de minha vida, embora já tenha escrito parte dela com muitos episódios, no histórico de minha linhagem, para o levantamento genealógico da família Melges no Brasil.
Nesta crônica, pretendo deixar bem patente com todos os detalhes possíveis, todos os episódios de minha vida, por ser algo bastante estranho, tudo o que aconteceu comigo, nestes setenta e cinco anos.
Pretendo deixar o passado, em que me recordo bem, desde os três anos de idade; portanto o passado, o presente, e o futuro.
Dizendo o futuro, talvez pareça caduquice minha, com esta idade (75), falar ainda do futuro, já no fim da vida. Mas, não é caduquice. É apenas, que com o conhecimento espiritual que o Senhor me concedeu, através da Escritura, nestes últimos quarenta e cinco anos, que me dediquei ao Evangelho, de corpo e alma.
De corpo, porque tive que me abster em toda minha mocidade, das maiores ilusões que existiu nela. De alma, porque acreditando que ela existia, procurei pesquisar nas Escrituras Sagradas, aprofundando o mais possível, aprofundando o quanto o Senhor me concedeu.
E, nestas pesquisas, que veio não por sabedoria ou inteligência minha, mas por misericórdia de Deus ao homem que quer se aproximar Dele, porque a própria Escritura diz: “se precisa de sabedoria, peça a Deus”, então, com o poder do Senhor, é que cheguei a esta conclusão, que o homem pode, deve e precisa conhecer o passado, presente, e também o futuro em qualquer idade, mesmo que seja de um século de vida, como alguns chegam. Saber o futuro, ou o fim de seu Espírito, qual vai ser depois de ter deixado a matéria, que segundo a Escritura, vem do pó e volta para o pó.
Porque é voz geral do homem sobre a terra, que quer depois da morte, ir para o céu, ou voltar para Deus, mas se a própria ciência ou sabedoria do homem prova que a matéria depois da morte, é comida pelo bicho, e tudo se desfaz, então fica evidente, que o que vai para o céu, ou volta para Deus, é o Espírito, e não a matéria como alguns chegam a pensar.
E, assim então, é que pretendo deixar no fim de minha crônica, uma simples previsão do futuro do meu Espírito, quando deixar a matéria. Essa previsão é baseada nos atos que pratiquei durante toda a minha vida.
Porque o Evangelho diz, que cada qual é responsável pelos seus atos, que cada um terá que responder por aquilo que praticou durante sua vida, que na volta do Espírito para o lugar de onde veio, vai passar por um tribunal, para prestação de contas, uns para a vida eterna, e outros o castigo eterno, isso é o que diz o Evangelho;
Portanto em minha crônica, irei deixar bem claro e verdadeiro todos os meus atos praticados, bons e ruins, porque não terei medo nem vergonha de confessar tudo o que fiz, nem perante o homem, nem perante Deus o qual acredito que estou em sua presença.
Esta primeira página é uma introdução para minha crônica, e serve também, como uma página inicial, para meu tratado sobre o Espírito, que estou deixando escrito em muitas páginas, porque fala sobre a volta do Espírito para Deus depois da morte, então é o que pretendo falar sobre o futuro de meu Espírito, que terei condições de falar sobre isto, fazendo uma previsão, baseando nos meus atos praticados durante toda a minha vida, porque são os meus atos que poderão me inocentar, ou me condenar perante Deus, para a salvação ou condenação de meu Espírito.
Finalizo a parte inicial da crônica de Ulysses Melges com um dos seus poemas mais marcantes, retirados da sua encadernação que escreveu em 1984, primeiro com a sua caligrafia graciosa e depois datilografado por ele mesmo, iniciando da seguintes forma:
POEMAS
Nestes poemas o que falta em poético, sobeja em real.
O que falta em cultura, sobeja em moral.
Ulysses Melges
Lins, julho/1984